terça-feira, 24 de novembro de 2015

E o minhocuçu posso criar para vender?

Olá, meu nome é Flávio Jun Kamiya e este é o meu primeiro post aqui no blog Cadico Minhocas. Comecei a compostagem doméstica assim como muitos de vocês estão começando ou começaram, pesquisando diversas fontes na internet e com preocupações de como diminuir o resíduo orgânico que é jogado nos aterros e lixões todos os dias. Acabei conhecendo o Ricardo por intermédio de um conhecido e desde então conversamos muito sobre como melhorar o meio ambiente.
Sou graduado em administração de empresas e mestre em gestão e tecnologias ambientais. Sou um tipo de pessoa que acredita que a melhor forma de aprender é fazendo. Atualmente também quero aperfeiçoar as minhas habilidades na escrita, por isso estou sempre me atualizando e gostaria de compartilhar um pouco dos meus conhecimentos com vocês.
Um pensamento muito comum para as pessoas que iniciam o processo de compostagem doméstica ou vermicompostagem é: "Eu poderia começar a criar minhocas para vender!". O método de cultura de minhocas em escala comercial é feito de uma forma diferente do que é difundido aqui no blog e espero que cada vez mais e mais pessoas comecem a compostar e compartilhar suas minhocas com os iniciantes ao invés de vender. Muitas pessoas também perguntam se é possível criar minhocuçu em minhocários domésticos. A resposta é: não. Primeiramente o comércio e a criação de minhocuçu é crime ambiental. Além disso, a espécie corre risco de extinção e o tipo de solo e clima onde os minhocuçus vivem são totalmente diferentes dos que oferecemos quando compostamos o resíduo orgânico doméstico.
Para o melhor entendimento sobre minhocas, existem basicamente três grupos delas: epigeicas, endogeicas e anécicas. As epigeicas habitam as superfícies do solo, enquanto as endogeicas e as anécicas habitam lugares mais profundos.
Epigeicas: Habitam regiões mais à superfície do solo E se alimentam de matéria orgânica, têm rápida reprodução, produção de húmus e são bastante resistentes às mudanças. Neste grupo se encaixam as famosas vermelhas-da-califórnia (Eisenia Andrei e Eisenia Fetida). A diferença entre a Eisenia Andrei e a Eisenia Fetida é facilmente identificável porque a fétida, quando se sente ameaçada em situações de stress, solta um líquido amarelado (líquido celomático) com um cheiro característico, algumas pessoas acham que parece com alho e outras com queijo. Também estão neste grupo as violetas-do-himalaia (Perionyx Excavatus) e gigantes africanas (Eudrilos Eugeniae). Por viverem em solo rico em matéria orgânica e possuírem rápida digestão, têm pouca terra dentro de seus corpos e por isso têm a textura mais mole do que as anécicas e endogeicas.


Líquido Celomático
Vermelha da Califórnia (Eisenia Fétida) soltando líquido celomático. Fonte: Gardening Worm Composting
Blue Worm
Violeta do Himalaia (Perionyx Excavatus). Fonte: Amila Kanchana

Gigante Africana (Eudrilos Eugeniae). Fonte: O autor (Flávio Jun Kamiya)

Endogeicas: Habitam regiões mais profundas e argilosas. Por viverem em locais pobres de matéria orgânica, necessitam de constante alimentação e têm o processo de digestão mais lento. Assim é explicada a textura mais dura de seus corpos. Os minhocuçus (Rhinodrillus Alatus) são deste grupo.

Anécicas: Habitam regiões mais profundas do solo e de minerais, mas acessam a superfície da terra para ingerirem matéria orgânica.
Quando fazemos a compostagem de nossos resíduos orgânicos, criamos um ambiente mais parecido com aquele em que as epigeicas vivem. Por isso as minhocas sugeridas para as composteiras domésticas são as vermelhas-da-califórnia, que são bastante resistentes e conseguem sobreviver em ambientes com ampla variação de temperatura e umidade. Portanto, ao invés de incentivar o mercado de pesca ou tentar lucrar com as minhocas não seria melhor compartilhar melhores ideias e práticas para melhorar o meio ambiente?

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

É permitido viajar de avião levando minhocas?

Minhoqueiros do Brasil, recentemente tive uma experiência doando minhocas para um rapaz do Recife e logo me pintou a dúvida: 
"Pode levar minhoca no avião?"

A resposta é: Sim!

Segundo uma cartilha do Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (VIGIAGRO), assinada pelo IBAMA e pelo Ministério do Meio Ambiente, a importação e exportação de minhocas para fins de minhocultura é livre, ao menos para todo território nacional.



Porém, vale uma ressalva: Quem controla o tráfico aéreo é a Polícia Federal e eles nem sempre sabem dessa isenção de licença ambiental para transporte de minhocas. 
Por isso, deixo aqui links da documentação para que leve impressa e tenha como argumentar:

Avante minhoqueiros urbanos!

 
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